“As 1001 Fantasias Mais Eróticas e Selvagens da História”, Roser Amills
Colecção: Diversos
Data 1ª Edição: 05/02/2013
Nº de Páginas: 352

EROTISMO E HUMANISMO

Imaginar e erotizar para ser e possuir. Nós, os humanos, construímos a nossa consciência de espécie através de aquisições realizadas na nossa evolução. Estas foram biológicas, etológicas e culturais. A síntese evolutiva baseada naquilo de que somos feitos e a integração do que nos faz tal como somos.

O erotismo, uma manifestação da sensibilidade sexual, encontra-se entre a abstração e a realidade do sexo social, e é desta maneira que se constitui em imaginação dialética.

Não seríamos humanos sem o erotismo, a subtilidade não seria uma propriedade destacada da nossa espécie. Plutarco tinha sem dúvida razão: o erotismo é a desobediência da razão.
Eudald CarbonellEspecialista em evolução humana

MENOS ROTINA E MAIS PRAZER
Nem todas as fantasias são eróticas, mas o erotismo é sempre fantasioso porque depende da invenção e do jogo. Peço que leiam este livro sem preconceitos nem sentimentos de culpa porque, como dizia Buñuel, «na imaginação não há delito» e, pelo contrário, crime é a pessoa refugiar-se na rotina.
Para o sexólogo Havelock Ellis, é até uma prática aconselhável ler um texto picante: «Nós, os adultos, temos necessidade da literatura obscena do mesmo modo que as crianças precisam dos contos de fadas, para nos libertarmos da força das convenções.» Se, no campo da lite- ratura erótica, o leitor não foi muito mais longe do que da indubitável carga morbífica contida na narração de Branca de Neve e os Sete Anões, aqui poderá avançar para novas e inesperadas fronteiras sensoriais através de um amplo catálogo de indecências. Ser-lhe-ão muito úteis para o inspirarem, o excitarem, o fazerem rir, o surpreenderem e, até, o escandalizarem. Encontrará aqui, sobretudo, ideias para aumentar o gozo, próprio e alheio. Roser Amills, com muito sentido de humor e meticulosidade, disseca e classifica as fantasias de mil personalidades célebres. E o leitor, se me permite o conselho, deveria ultrapassar a fascinação inicial do entomólogo e deixar-se inspirar pelos prazeres carnais aqui referidos. Verá então com que facilidade vai dar rédea solta à sua imaginação mais abrasadora.
Susanna Griso
Comunicadora
1001 fantasias de roser amills en portugal
GAINSBOURG (1928-1991), BRIGITTE BARDOT (1934) e JANE BIRKIN (1946). Todas gemem bem com Serge
«Je t’aime… moi non plus» («Amo-te… eu também não»), do tórrido par formado por Gainsbourg e pela atriz inglesa Jane Birkin, erigiu-se como a ajuda mais certeira disponível nas lojas de discos para sublimar o sexo acusticamente. A canção foi gravada originalmente em 1968 por Serge e pela sua amante de então, Brigitte Bardot. Ela pediu-lhe que não tornasse pública esta gravação e Gainsbourg aceitou. Nesse mesmo ano, Gainsbourg conheceu Birkin e apaixonou-se por ela. Gravaram uma nova versão da canção, que foi lançada em 1969. O tema foi polémico porque, até ao momento, nenhuma canção tinha representado tão diretamente o ato sexual, nem sequer durante a revolução sexual dos anos sessenta. É cantada em sussurros, de forma sugestiva, e a letra evoca o tabu do sexo sem amor. Além disso, Birkin simula um orgasmo na canção. Esta foi a causa por que a proibiram nas rádios de Espanha, Islândia, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, Suécia e Jugoslávia, e por que foi denunciada publicamente pelo Vaticano. 
FRANK ZAPPA (1940-1993). Gravações ilegais
Em 1963, com o dinheiro que lhe pagaram pela banda sonora do filme Run Home Show, o compositor, guitarrista, produtor discográfico e diretor de cinema norte-americano comprou uma guitarra elétrica e o estúdio de gravação de um engenheiro de som com problemas financeiros, e por mais cinquenta dólares comprou uns velhos cená- rios de Hollywood para transformar o estúdio no plateau do filme que queria rodar. Mas não conseguiu sequer começá-lo: quando procurava financiamento, foi detido por «conspiração para realizar pornografia» e «suspeita de perversão sexual». O motivo, retorcido, foi a cilada que lhe armou um agente disfarçado de vendedor de automóveis usados que lhe encomendou «uma fita excitante» para se divertir com os ami- gos. Zappa aceitou a encomenda e, com uma amiga, gravou uma fita de gemidos e ruídos de molas de cama com música de fundo. Quando a ia entregar ao suposto cliente, prenderam-no e foi condenado a seis meses de cadeia seguidos de três anos de liberdade condicional, durante os quais não podia sequer violar qualquer lei de trânsito ou permanecer na companhia de qualquer mulher menor sem a presença de um adulto competente. 
AXL ROSE (1962). Gemidos no estúdio
Adriana Smith tornou-se mundialmente famosa pelos seus gemi- dos em «Rocket Queen» de Guns N’Roses. Era namorada de Steven Adler, baterista da banda, mas diz-se que passou pela cama de todos os membros do grupo. Em 1987, com 19 anos, fez sexo com Axl no estúdio de gravação e deixou os seus gemidos orgásmicos imortalizados na última canção do disco Appetite for Destruction. Foi assim que o recordou numa entrevista para o DailyBetter Group: «Na altura eu saía com Steven Adler e tivemos uma pequena disputa sobre se eu era ou não a sua namorada. Lembro-me de que estava no estúdio, a beber, e Axl se tornou insinuante. Sempre tivemos o mesmo tipo de tentação, e a primeira vez que estivemos juntos foi como o fogo e a gasolina. Axl imaginava levar-me em tournée com a banda para fazermos sexo atrás de um ecrã colocado ao fundo do palco. Tinha muitas ideias loucas deste tipo.» Apesar disso, Adriana não aceitou a ideia de Rose: «Prova- velmente, perdi um montão de dinheiro, mas não queria que me vis- sem como uma rouba-namorados dos subúrbios. Axl tinha namorada, que mais tarde se tornou a sua mulher.» Quanto aos gemidos, fruto da noite de sexo com Axl no estúdio, aceitou que fossem imortalizados na citada «Rocket Queen». Adriana Smith vive em San Diego, trabalha ajudando toxicómanos e lidera uma banda local.

 

 

ÍNDICE
Erotismo e humanismo, por Eudald Carbonell ………………………………. 9
A imaginação é capaz de voar mais alto do que a realidade,
por Antoni Bolinches ……………………………………………………………. 10
Menos rotina e mais prazer, por Susanna Griso ……………………………… 11
Quanto mais fantasiamos, mais humanos somos, por Roser Amills ……. 12

Acustofilia, sons do sexo e dizer coisas obscenas ……………………….. 14

Alimentos galhofeiros para refeições de choque ………………………… 19

Alunos subversivos e professorado inquieto ……………………………… 29

Bissexualidade e vidas duplas …………………………………………………. 35

Trapaceiros impenitentes, bocarras e despropósitos ……………………. 59

Celibato, negas e anorexia sexual ……………………………………………. 71

Colecionadores, alcovistas profissionais, triângulos… ………………… 82

Roupa interior, meias, peles, uniformes e lenços ……………………….. 118

Cunnilingus e felações: come-me! Palavras para quê …………………… 123

Erotismo religioso: entre o sagrado e o profano ………………………. 129

Escravidão consentida, fingida ou imposta, violações e pigmalionismo ………………………………………………………………… 135

Exibicionismo e voyeurismo, espiar, perseguir e vaidade …………… 145

Fetichismo de seios, tatuagens, fluidos, pés, pelos, lábios… ……… 158

Heteras, cortesãs, favoritas, prostituição e morais distraídas ………. 172

Hotéis, mobiliário e adereços para paixões explosivas ………………. 187

Incestos diretos, indiretos ou simbólicos ………………………………… 197

Enfermeiras, psicanalistas e outros terapeutas …………………………. 208

Jogos de disfarces e strippers, as cuequinhas tiram-se no final ……. 214

Jovens atrevidos, ninfas seduzidas, adultos descontrolados ………… 222

Laboriosas, tacanhas e frívolas mulherezinhas, donas de casa,
amas… …………………………………………………………………………….. 244

Mantidos por conta e dependentes: elas como mamãs/eles
como papás ……………………………………………………………………….. 257

Masturbação: antes só do que mal acompanhado ……………………. 272

Nádegas, ânus e sodomia …………………………………………………….. 277

Necrofilia, assassínios, suicídios, erótica do perigo e coquetarias … 282

Nus de alta voltagem e pelinhos inquietos à beira-mar …………….. 290

Orgias, haréns, poligamia, desconhecidos e trocas de parceiros …. 300

Loiras ………………………………………………………………………………. 318

Sadomasoquismo e bondage, verdugos assanhados e estranha dor divertida ……………………………………………………………………… 326

Zoofilia, animaizinhos traquinas …………………………………………… 332

Índice onomástico …………………………………………………………………….. 339

About the author

Roser Amills (Algaida, 1974) was born in Majorka. She is a writer and scince 1992 she has been working in Barcelona. Roser Amills has published four volumes of poetry and about 10 books on various topics. Since 1995 she has been working as a journalist and a blogger («Digital inspiration» at La Vanguardia and “My Sexy Corner” are her blogs), gives master class, performs on the stage, talks on the radio and TV, gives a consultation at the publishing house. Roser Amills won La Llanca 2011 and 2012 Omnium Cultural award